No interior
do eu
Eugénio de Sá
Nego a superficialidade,
A convenção, o parecer
Nego a mediocridade
E nego assim esse querer
Vestido de falsidade
Nego o eu que nega o viço
Da criança que nós somos
Nego o tudo o que é enguiço
A ver a vida, risonhos
Nego todo o que é postiço
Que essa beleza interior
Do eu não subordinado
Escolha a essência melhor;
Que é o recusar um fado
Que outro eu nos quer impôr
Sintra – Portugal - Julho
2011