Ribatejo
(Eugénio de
Sá)
Aos choupos e
aos Salgueiros
que bordam de verde
as margens do meu Tejo,
pedirei murmúrios.
que bordam de verde
as margens do meu Tejo,
pedirei murmúrios.
Às águas
deste rio
que nos percorre
as terras e os sonhos
pedirei caprichos.
que nos percorre
as terras e os sonhos
pedirei caprichos.
Aos poldros
buliçosos
que correm em família
na vizinhança da água
pedirei galopes.
que correm em família
na vizinhança da água
pedirei galopes.
Aos toiros e
aos novilhos
Que salpicam de negro
O verde da lezíria
Pedirei bravuras.
Que salpicam de negro
O verde da lezíria
Pedirei bravuras.
Ás orgulhosas
vinhas
que marcam a tons de ouro
as encostas dos Outonos
pedirei generosidades.
que marcam a tons de ouro
as encostas dos Outonos
pedirei generosidades.
Aos frondosos
pinheiros
que nos guardam dos ventos
e sombreiam os campos
pedirei que permaneçam vivos.
que nos guardam dos ventos
e sombreiam os campos
pedirei que permaneçam vivos.
Aos homens
desta terra abençoada
pedirei que saibam merecê-la!
pedirei que saibam merecê-la!
Campino de Portugal
(Eugénio de Sá)
Cheguei esporas ao cavalo
Ganhando a verde campina
C’o chicote dei um estalo
Fendendo a poeira fina
Ganhando a verde campina
C’o chicote dei um estalo
Fendendo a poeira fina
Ao longe o gado a pastar
Ser campino é minha sina
Tenho um alazão pr’amar
Que m’envolve em sua crina
Ser campino é minha sina
Tenho um alazão pr’amar
Que m’envolve em sua crina
Estou chegando ao torricado
Há cheiros quentes no ar
Sempre me ponho animado
Na hora de mastigar
Há cheiros quentes no ar
Sempre me ponho animado
Na hora de mastigar
E junto-me aos companheiros
À sombrinha de um carvalho
Que um homem só é inteiro
Se tem fome no trabalho
À sombrinha de um carvalho
Que um homem só é inteiro
Se tem fome no trabalho
Já cansei do bacalhau
Que n’aragem inda cheira
Monto c’o ajuda de um pau
Que já foi pau de bandeira
Que n’aragem inda cheira
Monto c’o ajuda de um pau
Que já foi pau de bandeira
Deslumbrado, olho a manada
Com orgulho e nostalgia
E uma vaca tresmalhada
Sacode-me a bonomia
Com orgulho e nostalgia
E uma vaca tresmalhada
Sacode-me a bonomia
Lá volto eu a galopar
Solto rédeas ao meu fado
Que este mister é juntar
Na campina, todo o gado
Solto rédeas ao meu fado
Que este mister é juntar
Na campina, todo o gado
Depois vem o arreból
Vestido de avermelhado
Que lindo é ver este sol
No horizonte deitado
Vestido de avermelhado
Que lindo é ver este sol
No horizonte deitado
De pronto a noitinha vem
E com ela o meu descanso
Cansaço, quem o não tem?
Vai um café e um bagaço!
E com ela o meu descanso
Cansaço, quem o não tem?
Vai um café e um bagaço!
Vou dormir sob as estrelas
Ouvindo os grilos cantar
Memórias, só quero tê-las
Se c’o as melhores for sonhar.
Ouvindo os grilos cantar
Memórias, só quero tê-las
Se c’o as melhores for sonhar.
E já quase a adormecer
Elevo a Deus um louvor;
Que bom foi aqui nascer
Obrigado, meu Senhor!
Elevo a Deus um louvor;
Que bom foi aqui nascer
Obrigado, meu Senhor!
Formatação:
AugustaBS
AugustaBS
SINTRA –
PORTUGAL
Junho 2013
Junho 2013
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