Fazer politica em Portugal tornou-se algo de hilariante,
mesmo ao mais alto nível.
Pena que quem a sofre no pelo não lhe ache graça nenhuma.
Mas sigamos o exemplo dos governantes deste país; vamos rir também,
mas deles.
Seis sonetos satíricos
por António Barroso (Tiago) e Eugénio de Sá
( trabalho inspirado no poema A ALIANÇA, de E. Sá, onde se fala dos Lusitanos originais
que se mostravam bem mais nobres que aqueles que hoje nos conduzem os destinos )
António Barroso (Tiago):
Neste tempo difícil, conturbado,
Lembraste os Lusitanos, meu amigo,
Tiveste de voltar ao tempo antigo
Para achares heróis, nesse passado.
Enquanto eles morriam p’la defesa
Daquilo que era seu, lhes pertencia,
Uma troika romana pretendia
Domar o que julgava fácil presa.
O ouro foi-se embora, sem penhor,
Impostos, viram luz, em sucessão,
Esquerdistas só pensam na eleição
E bramam, contra tudo, com rancor.
A vida só nos traz mais desenganos,
Acabaram a indústria e pesca pura,
Até nem nos ajuda a agricultura
Pois já não há tomates Lusitanos.
Eugénio de Sá:
O teu poema é cousa prevalente
que a trave lusitana justifica
mas a vontade é fraca, infelizmente
de um povo que só brama plo Benfica
Foi-se c'o tempo o esforço Lusitano
Que levou pla frente tudo e todos
Enquanto que, de gatas, o Romano
A Troika o trata plos mesmos apodos
Somos o enxovalho desta Europa
Que os vilões teutónicos dominam
Voltámos ao andrajo, à velha roupa
Querem escravizar-nos, e nos animam
Esperando ver cair o que se apouca;
O esgar irado dos que desafinam !
António Barroso (Tiago):
Não adianta bater mais no ceguinho
Que a malta, que comanda, já não muda,
Hoje é um, e amanhã, outro se escuda
A aumentar, como Cristo, o pão e o vinho.
Há um ditado antigo, bem velhinho
- Nunca devas a rico – em fase aguda,
- E a pobre não prometas – uma ajuda
Que não possa cumprir, nem um pouquinho.
Dizem que o povo faz democracia,
Mas eu nunca vi tanta hipocrisia,
Que o poder cuida só do seu umbigo.
Assim, olhando em todos os sentidos,
Porque não acabar com os partidos
Co’o pau do Lusitano nosso antigo.
Eugénio de Sá:
Defendes o porrete Lusitano,
a mocada com o vigor d'antigamente
quem dera que corresse esta má gente
e lhes desse um enxerto do catano.
Talvez assim lhes servisse a lição
e se esquecessem pra sempre do poder
que fossem trabalhar para aquecer
mordendo o pó dos que ganham o pão.
Qu'ísto de ser político e calaça
sempre disposto a roubar a nação
nunca foi profissão, isso é chalaça
É vê-los na assembleia, ali estão
a dormitar, enquanto à populaça
lhe vão esmifrando o último tostão!
António Barroso (Tiago):
Fazes-me rir com isso da assembleia,
Um bando de macacos amestrados
Sempre, para a banana, orientados,
Com a cabeça vazia duma ideia.
Com seu computador, vasta plateia
Duns tantos oradores ensonados,
Outros que ficam mudos e calados
Que, falar de algo, muito se receia.
Assim, se um Lusitano cá viesse
E a acabar com tanta mordomia,
Eram os ratos todos a saltar
E, com pressa, o salão abandonar
De rabo entre as pernas, com cobardia.
Eugénio de Sá:
Não compares os engraçados monos
aos patetas que nos gerem os destinos
C'os macacos sempre nos divertimos
Bastam-lhes troncos a fazer de tronos
Esses, os d'assembleia, bem sentados
em fofos cadeirões de forro aveludado
não ganham calos no rechonchudo rabo
pois estão de trono, gordos e anafados
Falam de cátedra, entre duas sestas
digerindo os almoços avinhados
pagos plos Zés do povo feitos bestas
Que os carregam ao dorso bem vergado
com uma vontade louca de os ver plas costas
que antes o voto o houvessem vomitado
fazendo politica / só preocupação!
....zzzzztttttt
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