terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

PERVERSO FADÁRIO, UM SONETO - INÉDITO - DE EUGÉNIO DE SÁ

Perverso fadário

Eugénio de Sá

Pudesse eu estar num alto patamar
Onde a angustia tentasse, sem servência
Assomar-se às alturas, e porfiar
Sem conseguir alçar-se à minha essência

Pudesse eu minorar por tal conforto
Os árduos excessos deste coração
Pois este é fardo que já mal suporto
Que me entorpece e priva da razão

Pudesse eu ver sumir-se nesse ensejo
Qual perverso fadário; esta abulia
E dela, enfim, me livrasse sem pejo

E então toda esta angustia se extinguia
E eu seria feliz quando crio e versejo
Ébrio de luz, ao sol de cada dia !
Sintra - Portugal - Fevereiro 2014

6 comentários:

Anônimo disse...

Belo!

SanCardoso disse...

Ébrio de luz, ao sol de cada dia!
Dores são reflexos do teu desejo
Da inspiração a rima que versejo
Fonte dos Poetas a buscar poesia!

Parabéns, pelo belo e inspirador soneto!
beijos ternos,
SanCardoso

Fê blue bird disse...

Um fadário que partilho e que infelizmente chego à mesma conclusão.
Excelente soneto , parabéns e obrigada pela partilha.

beijinho

António Zumaia disse...

Bravo poeta belo trabalho...

Virgínia Branco disse...

Bonito Poema. Faço votos que o Poeta se liberte de todos os seus dramas interiores, para mais livremente poder criar e transmitir-nos toda a poética que vive em seu coração. Obrigada Virgínia Branco

Mayte Llera (Dalianegra) disse...

Muito bonito soneto por Eugenio de Sá, sobre a felicidade, buscando a criação poética. Partilho em meu Google + Abraços, querida Susana.