domingo, 5 de maio de 2013

UM TEMA PARA SETE POETAS - " Tenho Saudades do Poeta ", de Sá de Freitas, e os seus amigos:

Eugénio de Sá, António Barroso (Tiago), Odir Milanez, Humberto Soares Santa, J.J.Oliveira Gonçalves e Luiz G. de Barros (Luis Poeta)

Tenho Saudade do Poeta



Sá de Freitas



Tenho saudade daquele poeta

Que sorria e vivia feliz;

Que era capaz de compor

Até quatro sonetos por dia

e que agora em quatro dias,

consegue compor apenas um;

Tenho saudade daquele poeta

Que ficava horas no Computador,

Se interagindo com quase todos,

Que fazia homenagem aos amigos

E amigas e também era homenageado,

Que brincava, ria e fazia rir;

Que tocava violão

E cantava nas festas...

Mas de repente a sua inspiração diminuiu,

Ele foi se afastando e sendo esquecido

E sumiu.

Não sei se ele foi descansar

Em algum lugar,

Ou se morreu dentro de mim,

Para nunca mais voltar.





Samuel Freitas de Oliveira

Avaré – SP – Brasil


O poeta não morreu!

Eugénio de Sá

( Dedicado ao põe-irmão de coração, Samuel Sá de Freitas
e inspirado no seu texto “Tenho saudades do poeta” )

Não, o poeta não morreu, irmão
Estás apenas letárgico, dormente
Quem sabe se te inspira, docemente
De um momento pró outro, o coração…

Não morreu o poeta que há em ti
O asceta brasileiro, universal
Que deslumbrou Brasil e Portugal
Com os mais belos versos que já li

Que um poeta assim não morre mais
Aguarda os ventos como vela bamba
Que um dia voltarão, em vendavais

E então regressarás c’o a verve panda
Inda mais inspirado que jamais
Porque a poesia em ti é que mais manda!

Sintra – Portugal



A morte do poeta



António Barroso (Tiago)



A mente arquitecta uma quimera

A ilusão dá-lhe cor, dá-lhe esperança,

A fantasia logo dela se apodera,

Na noite sossegada o sonho avança.



Brotam certezas donde não se espera,

Sorrisos se unem em perene aliança

Como o raiar do sol na Primavera,

Em luz eterna que jamais se alcança.



Oh! Sonhosque já tive e feneceram,

Ilusões, fantasias que morreram,

Esperanças de que não mais disponho,



Se nesta vida amarga, tão confusa,

Procuro, mas não consigo, achar a musa,

É que já poeta não sou, perdi o sonho.



Parede – Portugal


Adormecidas Ilusões



Odir Milanez



Envolto em sombras de ilusões adormecidas,

paira o poeta além dos estros do parnaso.

Sente-se sol sem mais albor, ourando o ocaso,

como se fora fogo-fátuo de outras vidas.



Intenta estrofes de esperanças esquecidas,

memora amores morredoiros, caso a caso,

sepulta sonhos sob as cismas, ao acaso,

e perdido se põe perante a fé perdida...



Mas eis que as musas cantam castas cantilenas,

canções de amor eterno há muito tempo ouvidas,

amores divinais de muitas vidas plenas!



E o poeta, desperto, volta às suas lidas,

sem mais pensar pesares, dês que estava apenas

envolto em sombras de ilusões adormecidas!



JPessoa/PB

02.05.2013

Oklima


Nada é impossível



Humberto Soares Santa





O marco do impossível só existe

Se a força de vontade não se anima,

Se a fronte não se eleva para cima,

Se falta o querer e nem a fé resiste.



Levanta-te, ó tu, que já caíste !...

Renova o teu valor e a auto-estima.

Não te sintas vencido... reanima !...

Volta a lutar : Insiste!... vá !... Insiste !...



Tudo é possível quando se acredita !

De pé !... na posição firme e correcta,

Vence esse minotauro que em ti grita.



Lembra Teseu que o não temeu em Creta.

Reforça essa vontade que te agita :

Corre !... agarra o sonho !... sê  poeta !...



Cotovia(Sesimbra) – Portugal




Coração-Poeta...



J.J. Oliveira Gonçalves



O poeta é essa estranha criatura

Que, às vezes, tem Saudade de si mesmo!

Enquanto um verso veste de Ternura

Num outro diz-se só... e que anda a esmo!



O poeta acende o Sol na noite escura

Que é exímio em praticar Alta Magia!

Saudade de si mesmo, ai, que loucura:

Aflora à flor da pele... e à Alma arrepia!



Meu coração-poeta, às vezes, sente

Saudade do que foi... E acabrunhado

Ah, crê-se morto, enfim – abandonado!



E embora explicação – em vão – eu tente

O coração carrega – em si – o Ausente

O que Sonha em voltar... para o Passado!



Porto Alegre -  Brasil

1º de Maio - Dia do Trabalhador/2013. 17h09min

Poetas nunca morrem



Luiz Poeta



Luiz Gilberto de Barros – às 20 h e 12 min do dia 2 de maio de 2013,



para a genialidade dos poetas Sá de Freitas, Eugénio de Sá,

António Barroso  (Tiago), Odir Milanez, Humberto S. Santa e  J.J. Oliveira Gonçalves



Poetas morrem, quando quem os admira

Mistura a lira do seu canto mais feliz

Com a própria vida que eles têm, pois quem a tira,

Atira pedra em tudo aquilo que ele diz.



Poetas morrem, quando morre o sentimento

De quem os deixa, por achá-los muito humanos,

Mas se é insano não viver cada momento,

Nenhum poeta sobrevive sem ter planos.



Que não se veja nesses seres  - que são vivos -

Um lado apenas, onde os dons mais expressivos

Brotam da vida mais humana que os socorre,



Pois se viver requer bem mais que pulsação,

É na leveza especial de um coração

Que se percebe que um poeta... nunca morre.



Rio de Janeiro - Br


Edição:

04.Maio.2013


 




Um comentário:

Luiz Poeta disse...

Todas as vezes que recebo um trabalho realizado pela sensibilidade produtiva de Susana Custódio,minha primeira reação é naturalmente conhecê-lo, pois Susana prima pela afinidade que tem com a arte em todos os seus sentidos. Vê-la nestas imagens, que não apenas emolduram, mas principalmente diluem-se na alma de sete belíssimos poetas, entre os quais humildemente insiro meu coração, é agradecer a Deus por este inefável privilégio. Obrigado, Susana;obrigado, Eugénio; obrigado amados irmãos lusófonos. Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros - Rio de jaeniro - Brasil.