Eu, predador de mim
Eugénio de Sá
Que
estupidez, eu sei, mas que fazer
Se
entre tantos registos disponíveis
Eu
dou comigo sempre a escolher
Os
mais infandos, tristes, indizíveis.
É masoquismo pleno, não o nego
É masoquismo pleno, não o nego
Esta eleição
da dor, incontornável
Malquista
tentação, pareço cego
À
razão que me chama irrazoável.
Qual vampírico ser, eu logro a escuridão
Qual vampírico ser, eu logro a escuridão
Sanguífica
e cruel, a mente traz-me estórias
E
então me torno o predador de mim!
Em pavor me retorço, em pasmo e aflição
Em pavor me retorço, em pasmo e aflição
Exposto
aos hologramas das memórias
Até
que o sono pare aquele festim.
“ A
vocação masoquista da natureza consentiu
que o vírus humano a invadisse e nela sobrevivesse ”
Casimiro de Brito
Sintra - Portugal - Outubro 2013
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