domingo, 12 de janeiro de 2014

TÍMIDA CONFISSÃO - Um soneto inédito de Eugénio de Sá

Tímida confissão

Eugénio de Sá


Perdoa, pelas tantas palavras que não disse
Pela ternura que em mim sempre calei
Mas tive medo que em mim se repetisse;
A nímia mágoa que nunca te contei.

Perdoa, se me contive em verves evasivas
Quando trocámos raras confidências
Sempre hesitei em tornar mais precisas
Confissões feitas de austeras valências.

Pois cedo entendi que em nós renascia
O sonho adolescente, quiçá essa utopia
Que - deslumbrados - nos fez levitar...

E que ambos estremecemos, e calámos
Como que confundidos, porque amámos
As doces sensações de voltarmos a amar.



Sintra - Portugal - Janeiro 2014

Pode também ver em vídeo numa belíssima formatação do amigo Dorival Campanelle



 
 
 

 

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