Tímida confissão
Eugénio de Sá
Perdoa, pelas tantas palavras que
não disse
Pela ternura que em mim sempre
calei
Mas tive medo que em mim se
repetisse;
A nímia mágoa que nunca te contei.
Perdoa, se me contive em verves
evasivas
Quando trocámos raras confidências
Sempre hesitei em tornar mais
precisas
Confissões feitas de austeras
valências.
Pois cedo entendi que em nós
renascia
O sonho adolescente, quiçá essa
utopia
Que - deslumbrados - nos fez levitar...
E que ambos estremecemos, e
calámos
Como que confundidos, porque
amámos
As doces sensações de voltarmos a
amar.
Sintra - Portugal - Janeiro 2014
Pode também ver em vídeo numa belíssima formatação do amigo Dorival Campanelle
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