Inspiração
Eugénio de Sá /Theca Angel
Oh doce impulso, breve, mas querido
quando me invades, solta-se a alegria
e a pena então desliza, lesta, na extasia
do verso talvez fácil mas sempre sentido.
Abres minh´alma e fazes com que escorram
As palavras tão minhas que hesito em dizer
Mas tu as soltas, livres, e elas ecoam
N'harmonia que habita dentro de meu ser.
Saber-te a alma assim aberta e linda
Soltando ao vento a palavra hesitante
É um prazer maior, volúpia infinda
E um deleite assim nunca é bastante.
Mesmo hesitantes as palavras são sentidas
E inda que a poesia, em versos, as contenha
Ao dar voz a essas rimas na pena paridas
Mesmo hesitantes as palavras são sentidas
E inda que a poesia, em versos, as contenha
Ao dar voz a essas rimas na pena paridas
Eu não quero frear o que a alma detenha.
Seria até pecado fechá-las na garganta
Que as escutem, felizes, os anjos do Senhor
Que a poesia é tão bela, é quase santa
É dom que vem do céu por Seu penhor
Pois que se solte então a minha voz
C'o o lirismo do verbo que me anima
Deixar inerte a pena é negação atroz
À glória que em versos faz doutrina!
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