TRIETO - EUGÉNIO DE SÁ / ANTÓNIO BARROSO (TIAGO) / HUMBERTO SOARES SANTA
Como morde
este cão!
Eugénio de Sá
Eu vim de longe viver em ti
desgraças
Terra que amei e venerei
demais
Ora, em meu peito passam
vendavais
Por em ti ver fuçarem
gentes baças
Aqui ressuscitou a
violência
Alternados poderes a
proclamaram
Pla força da mais vil
omnipotência
Fechamo-nos nos medos que
tememos
Obrigam-nos a tudo o que
não queremos
Plo pavor do abismo,
assombração
Como morde, sem dentes,
este cão
De raça amaldiçoada, que
vilão
Habita no canil onde o
pusemos?
Rio de Mouro (Sintra),
Portugal
14.Abril.2013
O grande circo
António
Barroso (Tiago)
Oh!
Minha pátria amada, de Vieira,
Agora
dominada pela ambição,
Não
és o tal país, a tal nação,
Que
andou a descobrir a terra inteira.
A
fome é uma ameaça verdadeira,
Mas
há, por outro lado, a corrupção
Que
acumula, milhão após milhão,
E
se escuda na crise financeira.
E
a classe dirigente nada faz,
Porque
a não deixam, ou não é capaz
De
acabar com o roubo, o cambalacho.
No
parlamento, a farsa é encenada,
Parece
que se matam à pancada,
Mas
vão todos comer ao mesmo tacho.
Parede
(Cascais),
Portugal
14/04/2013
Cidade Grande
Humberto
Soares Santa
Ando
perdido na grande cidade
Procurando,
sem rumo, a minha rua.
Quando
encontro uma Rua da Verdade,
Vem
sempre alguém dizer que a rua é sua.
A
Rua da Verdade não existe.
Dos
homens é lembrança do passado.
O
coração aperta e fico triste
Quando
os vejo a passar por outro lado.
Cidade
grande que já foi aldeia
Onde
a verdade era nua e crua.
Agora
os lobos reúnem a alcateia
Pra
caçar presas. Não uivam à Lua.
O
homem colhe aquilo que semeia
E
eu…não tenho mais a minha rua!
Cotovia(Sesimbra),
Portugal
14/04/2013
Visualização
e edição:
-
Imagem: As Fúrias, de William Bouguerou
-
som: Fado da Tristeza (parcial
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