Que pena me dás,
Lisboa
Eugénio de
Sá
Tristinha esta Lisboa que hoje vejo
fruto de toda a crise que se arrasta
e cuja sorte se tornou madrasta
pintando a tons cinzentos o meu Tejo
É ponto de passagem, não de estar
a teia pombalina que é mais rasa
onde outrora nos víamos em casa
hoje erramos por ela com pesar
E pelas gloriosas avenidas
em que os olhos paravam deleitados
quedamo-nos agora de pasmados
à vista das pobrezas exibidas
Já nem me atrevo a subir ao Chiado
por não querer mais desgostos no olhar
e fico no Rossio a relembrar
um tempo de Lisboa, requintado
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