O MILAGRE DA
PRAÇA...
José Geraldo Martinez
Pombinhas da praça São João
distraem o olhar do
menino...
Daquelas vizinhanças, por
certo!
Perdido entre elas,
assusta-se ao tocar dos
sinos!
Todos os dias era assim,
ficava ali observando...
O tempo lhe era generoso!
Até que, ao seu redor,
todas fossem se juntando.
Tratava-as com carinho,
apesar do vigário!
Sujavam as escadarias da
igreja,
para o azar de padre
Olegário!
Engraçado! Num dia que
ninguém esperava...
Ele abriu os braços todo contente
e,
às vistas de toda aquela
gente,
o garoto com elas voava!
Sobrevoa a igreja, levita
ao céu de puro azul...
Ao olhar das incrédulas
pessoas!
Junto ao bando, qual
anjo...
O menino voa!
Até sumir nas alturas do
céu sem fim...
Neste instante, rompe a
chuva
por sobre a cidade,
abrindo um arco-íris em
leque multicor,
trazendo o vento com cheiro
de jasmins!
O que não sabiam todos
era o que havia sucedido:
um dia antes do fato -
acreditem -
o menino havia morrido!
"Para estarmos ao lado
do Pai,
não é preciso bagagem
alguma,
apenas termos a alma pura
de uma criança."
(José Geraldo)
Brasil – 2007
O Milagre da
Praça
(Eugénio de Sá responde
ao seu amigo José Geraldo
Martinez)
Um anjo, aquele menino
dessa praça
que as mansas pombinhas
recebiam
e voando com ele todas
queriam
ganhar de Deus essa suprema
graça:
A graça que dos céus é
recebida
p'los seres que deste mundo
tão perdido
sabem dar-se a si próprios
um sentido
que casto, dê sentido às
suas vidas
E essa alminha que Deus
mostrou ser Sua
e ergueu nos ares com as
mansas pombinhas
vestiu de luz as outras almas
nuas
Dela ficou perfume de
jasmim
a pairar na Praça de São
João
porque o odor do amor é
mesmo assim.
Brasil – 2007
Arte: Lina P. Salatino
3 comentários:
Parabéns, a todos, pelo excelente trabalho, desempenhado neste Blog... sua divulgação e manutenção, a todos sem exceção.
Muita força... jamais se calará a voz do poeta!
Um abraço bem forte!
Humildemente, Jorge Humberto
Parabéns, a todos, pelo excelente trabalho, desempenhado neste Blog... sua divulgação e manutenção, a todos sem exceção.
Muita força... jamais se calará a voz do poeta!
Um abraço bem forte!
Humildemente, Jorge Humberto
Poeta Eugénio,
Quantos eram os poetas?
Se dois eram ontem os poetas
Atentos à voz da praça
E agora só vendo um,
É que o outro era o menino...
Aquele que com as pombinhas
Foi voar nos Céus, bem alto,
Deixando cair os versos
De ternura e exaltação,
De amor e intenso lirismo
Sobre a gente que ficou
Cheio o peito de saudade
Na rima que desandou.
Abraços, poeta Eugénio.
Abraços, poeta Martinez.
O poeta vive nas suas obras.
Com carinho e admiração,
Regina Coeli/RJ.
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