domingo, 4 de agosto de 2013

AS PAIXÕES DE UM POETA, um soneto de Eugénio de Sá

Quem já foi cruamente desprezado
e sentiu fundo a dor do desengano
Sempre tem medo que esse seja o fado
que, a repetir-se, o deixará insano.

Não fora o ser sensível que o poeta
Transporta nos seus genes criadores
Não sentiria ser cousa provecta
A frustração de um ou mais amores.

Mas é próprio do asceta essa emoção
se uma paixão fatal nele se afunda
como punho apontado ao coração.

E todo esse seu ser então se inunda
Da veemência nobre da afeição
C'o a convicção mais grata e profunda.




Sintra - Portugal - Agosto 2013

Arte e Formatação:
AugustaBS

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