Que
mundo é este?
Eugénio de Sá
Vil, este
quadro que nos é patente
De um mundo
onde devia a evolução
Inferir das
mais razões dando razão
Aos que se
enfraquecem desesperados
E cujos baços
olhos, tristes e parados
Já não ousam
olhar ninguém de frente.
Vil, toda
essa covarde omnipotência
Sobre quem
nunca pode contrapor
Mas que
continua a ser justo credor
De um pouco
de carinho, de atenção
Em vez de
receber, brutal, a negação
Quando se humilha em busca d’indulgência.
Vil, toda a
tirania do poder maior
Num mundo tão
carente e esfomeado
Mas são
ferozes as regras do mercado
Que não
hesitam em tudo explorar
Porque se o
lucro der o que tiver de dar
Que importa
ignorar qualquer pudor?
Que mundo é
este onde a morte campea
Sem que valor
lhe dê quem tem de dar
Mas que o
tirano não hesita armar
P’ro censurar
depois publicamente
Fazendo jus
em ar eloquente
Ao cínico
Pilatos, cujo estilo enleia?
Eugénio de Sá
Sintra - Portugal - Agosto 2013
Pode ver também em vídeo numa linda formatação da amiga Amélia Soares
Com montagem em vídeo por Susana Custódio
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