domingo, 22 de dezembro de 2013

UM NATAL INJUSTO, um poema de Eugénio de Sá

Um Natal injusto

Eugénio de Sá

De um serão já perdido num tempo
de antigas memórias
ficou-me uma gravada “a fogo lento”
vivida de verdades,
não de estórias.

De palavras choradas,
dá-me testemunho.
De injustiças passadas
e amarguras gritadas, em silêncio,
zurze como um punho!

Foi noite de Natal
numa pequena aldeia.
Um velho, na janela,
esculpia a tristeza emoldurada
num caixilho de ansiedade.

A mesa, atrás de si,
lotara-se de ausências.
Era uma esperança sem tempo
num parapeito feito de ansiedades.

Então, nessa noite sem fim,
a vida deu lugar à morte,
solitária, infundada, mas definitiva!
E a janela triste encheu-se...de esquecimento.

Sintra - Portugal - Dezembro 2013

Veja também em vídeo na bela formatação do amigo Dorival Campanelle




 

Nenhum comentário: