sábado, 25 de maio de 2013

O FIM DOS TEMPOS, um texto de Eugénio de Sá & VEGETANDO de Humberto Soares Santa

O fim dos tempos

  

O pranto do pobre é triste e é escuro!

Brotado dos seus olhos fundos,

lágrima a lágrima, tomba sobre o prato

que se deixou ficar na sua mesa vazia,

em amarga e inútil pendência.



E a fome ali ficou também, conformada,

vagamente lembrada da presença

do último pedaço de pão duro,

que fez companhia

a um escasso troço de conduto,

entretanto desaparecido

em parte incerta daquele estômago,

onde ainda ecoa, lúgubre,  

a queda da última côdea;

a que cumpriu, como pôde,

a sua missão de sobrevivência.

  

Nem a mosca que zumbe e voa baixo

- também ela faminta -

procura o prato do pobre.

O duvidoso odor do gasto disco cerâmico

nem sequer tenta

o persistente predador de restos.



O olhar triste e escuro do pobre

Perde-se no horizonte

dos limites da estreita cozinha,

tão estreita como a sua alma dormente,

onde não há sequer espaço para a esperança,

de há muito perdida

entre as dobras da indiferença

de uma sociedade que vai cuspindo, desdenhosa,

nos seus pobres,

a quem já não alimenta,

como outrora fez com os escravos que a serviram.



Será que, de retrocesso em retrocesso,

Estaremos, finalmente, a chegar…

 ao fim dos tempos?



Eugénio de Sá 

Sintra, Portugal

24 de Maio de 2013


Inspirado no texto do poeta Eugénio de Sá, o poeta Humberto Soares Santa

Escreveu:




VEGETANDO

Humberto Soares Santa



Estão folhas a cair em muitos lados

No sítio onde passeia a solidão !...

Os velhos, nas bengalas pendurados,

Vão arrastando os pés, que muito inchados,

Não sabem muito bem pra onde vão.



Há mendigos que dormem nos relvados

Cobertos com farrapos e cartões.

Os homens, tristes e desocupados,

Olham para o vazio, acabrunhados,

Perdidos no vazio das ilusões !...



Parecem vegetais ali plantados !....

Vegeta tanta gente que eu às tantas,

Ao vê-los como ramos desfolhados,

Sem esperança, infelizes, maltratados,

Duvido  se são gente... se são plantas !


24 de Maio de 2013
Cotovia-Portugal 
VÍDEO - O FIM DOS TEMPOS


sexta-feira, 17 de maio de 2013

Vóvó Susana



 Vóvó Susana - Eugénio de Sá





Para a Vóvó Susana
Entrelace 
 Eugénio de Sá & Regina Coeli

Escolheste belas rosas
pra adornar tanto carinho
que bom é ser pequenino
num colo, entre flores cheirosas

O colo da Vó Susana
é colo de uma vovó
que nunca ao netinho engana,
jamais o deixando só...

Que pensarão os meninos
Daquele doce embalar ?
Decerto estão a gostar
Felizes, com tantos mimos

... São dois lindos menininhos
balançando em meio a rosas
num colo que é só carinhos
da Vó bela entre as formosas...

E também tu estás Feliz
Vê-se na tua expressão
Divides o coração
Entre um e outro petiz

E cada rosa, o que diz?
Que mais gostoso é o perfume
da Vó querendo feliz
cada netinho — seu lume.

Que eles cresçam conscientes
que têm n'Avó amiga
alguém que os quer nesta vida
homens bons, inteligentes

Vovó Susana, um abraço
eu lhe dou mui comovida
por tantas rosas que em laço
enfeitam a sua Vida.

Eugénio de Sá

Sintra – 05 de Maio 2013

Regina Coeli

Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 07-05-2013



E eu, cá de longe, a pensar,
a vóvó está tão feliz
tendo, no colo, o petiz,
que até apetece cantar

uma canção de louvor,
das que ficam no ouvido,
que aquele olhar comovido
tem a ternura do amor.

E, agora, digam-me lá
se não existe alegria
nessa linda poesia

dum Eugénio de Sá.



Tiago (Antóno Barroso)

14 de Maio de 2013





Meus Amigos - preparem-se para o que vão ver e intuir, e procurem manter-se tranquilos: *O CLUBE DE BILDERGERG*, de Daniel Estulin - A grande conspiração para uma escravidão global


O Clube Bilderberg



Poderá fazer o download do Livro em PDF

Aqui:
«O Clube Bilderberg está em busca de uma era do pós­nacionalismo: um momento em que já não haverá países, só regiões e valores universais, quer dizer, só uma economia universal, um Governo universal – designado, não eleito – e uma religião universal.

NÃO IMPORTA QUÃO SINISTROS E IMPIEDOSOS

POSSAM SER OS MEIOS PRA LÁ CHEGAR !

Leia aqui tudo o que está na génese desta sinistra conspiração,mormente quem foram os seus criadores e quem são os seus actuais membros integrantes:

Daniel Estulin é um jornalista premiado que há 15 anos investiga os segredos e as tramas que envolvem o Clube Bilderberg. É autor de La Verdadera Historia del Club Bilderberg (2005), um best-seller traduzido em 29 línguas e publicado em mais de 49 países e agora (veladamente) CENSURADO e retirado das bancas, à socapa.
                      

A grande conspiração para uma escravidão global



Para assegurar-se esses objectivos, os membros do Clube Bilderberg defendem um enfoque mais técnico e menos conheci­mento por parte do público. Isto reduz as possibilidades de que toda a população se inteire do plano global dos donos mundiais e organize uma resistência organizada» (de Willian Shannon, em «Plans to Destroy America Are Exposed!», 2002).

O objetivo final

O objectivo final do Grupo Bilderberg é o controle de absolutamente tudo no mundo, em todos os sentidos da palavra. Agem como se fossem deuses na Terra. Entre seus planos pretendem estabelecer:

(1) Um único governo planetário com um único mercado globalizado, com um único exército e uma única moeda regulada por um Banco Mundial.

(2) Uma Igreja universal que canalizará as pessoas para os desejos da Nova Ordem Mundial. As outras religiões serão todas destruídas.

(3) Serviços internacionais completarão a des­truição de qualquer identidade nacional por meio da subversão a partir de dentro. Só será permitido que floresçam os valores uni­versais.

(4) O controle de toda a humanidade através de meios de manipulação mental. Esse plano está descrito no livro «Technotronic Era» [«Era Tecnotrônica»], de Zbigniew Brzezinski, membro do Clube. Na Nova Ordem Mundial não haverá classe média, só servidores e governantes.

(5) Uma sociedade pós-industrial de “crescimento zero” que acabará com a industrialização e a produção de energia eléctrica nuclear (excepção para as indústrias dos computadores e serviços). As indústrias canadenses e americanas que permanecerem serão exportadas para países pobres como Bolívia, Peru, Equador, Nicarágua etc, em que existe mão-de-obra barata [leia-se: mão-de-obra escrava]. Tornar-se-á realidade, então, um dos principais objectivos do NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América do Norte). O crescimento zero é necessário para destruir os vestígios de prosperidade e dividir a sociedade em proprietários e escravos. Quando há prosperidade, há progresso, o que torna muito mais difícil a repressão.

(6) A redução populacional das grandes cidades, segundo a experiência realizada no Cambodja por Pol Pot. Os planos genocidas de Pot foram projectados nos Estados Unidos por uma das instituições irmãs do Bilderberg, o Clube de Roma.

(7) A eliminação de quatro bilhões de pessoas – aquelas que Henry Kissinger e David Rockefeller chamam, caçoando, de «estômagos inservíveis» – por meio das guerras, da fome e de enfermidades. Isto sucederá até o ano 2050. «Dos dois bilhões de habitantes rema­nescentes, 500 milhões serão chineses e japoneses, que se salvarão graças à sua capacidade característica de obedecer à autoridade» – é o que afirma John Coleman em seu livro «Conspirator’s Hierarchy: The Story of the Committee of 300» John Coleman é um fun­cionário da inteligência aposentado que descobriu um relatório do Comitê dos 300 recomendando a Cyrus Vance «como realizar o genocídio». Segundo a pesquisa de Coleman, o relatório foi intitulado «Global 2000 Report», «aprovado pelo presidente Carter, em nome do Governo americano e referendado por Edwin Muskie, secretário de Estado». Segundo esse relatório, «a população dos Estados Unidos estará reduzida a 100 milhões até o ano 2050».

(8) Crises artificiais para manter as pessoas num perpétuo estado de desequilíbrio físico, mental e emocional. Confundirão e desmoralizarão a população para evitar que as pessoas decidam o seu pró­prio destino, até o extremo em que elas «terão demasiadas pos­sibilidades de escolha, o que dará lugar a uma grande apatia em escala geral» (John Coleman).

(9) Um controle férreo sobre a educação com o propósito de destruí-la. Uma das razões da existência da União Europeia (e da futura União Americana e Asiática) é o controle da educação para “cordeirizar” as pessoas. Ainda que nos pareça incrível, esses esforços já estão dando “bons frutos”. A juventude de hoje ignora por completo a história, as liberdades individuais e o significado do próprio conceito de liberdade. Para os adeptos da globalização é muito mais fácil lutar contra oponentes sem princípios.

(10) O controle da política internacional e interna dos Estados Unidos

( já realizado através do governo de Bush), Canadá (controlado pela Inglaterra) e Europa (através da União Europeia).

(11) Uma ONU mais poderosa, e que se converta, finalmente, num Governo Mundial. Uma das medidas que conduzirão a isto é a criação do imposto directo sobre o “cidadão mundial”.

(12) A extensão do NAFTA para todo o hemisfério ocidental, como prelúdio da criação de uma União Americana similar à União Europeia.

(13) Uma corte internacional de justiça com um sistema jurídico único. E…

(14) Um estado de bem-estar socialista onde serão recompensados os escravos obedientes e exterminados os não-conformistas.



Pesquisa e edição:
 Maio de 2013



 

ESTAS COISAS TÃO MINHAS - Eugénio de Sá

domingo, 12 de maio de 2013

DUETO - **Versos são pássaros**, de J.J.Oliveira Gonçalves & **Versos são esperança**, de Eugénio de Sá



Como eu quisera, Eugénio, ser feliz

Mas coragem já falta ao coração!

Que a Vida me desenha outro Matiz

E minha Amante fiel é a Solidão!



A Vida é um conflitante diz-que-diz

Se lhe pergunto: sim? Ela diz: não!

Meu Céu-Interior pintou de Gris

E o Sonho o escondeu na Escuridão!



Passo noites e dias meditando

A perguntar-me, em vão, se eu perdi

O rumo do que vim fazer aqui



Onde Orpheu me quer perambulando...

Versos d'Alma dolente vão chegando

São pássaros que envio para ti!



Porto Alegre, 04 de maio/2013. 11h


Esses pássaros chegaram sem aviso

Junto à minha janela, e seu piado
Foi um apelo, um ingente chamado
Como a avisar-me quanto me é preciso    

 Dizer que a solidão que te avassala
A alma nobre e a lírica poesia
Não será mais - quem sabe - uma apatia
Que, passageira, a inspiração te cala.

Volta-te ao céu e fita essa glória
que no Equador inda mais brilho tem
Vê quanto o azul ao Sul lhe fica bem !

E no espírito recria a tua história
Que outrora se mostrou tão doce e bela
Tens de ver arrebóis de novo nela !

Sintra, 04 de maio/2013.

Arte e Formatação:
AugustaBS


 


SER MÃE - Eugénio de Sá


Neste dia tão especial para todas as Mães,

quero consagra-lhes a minha singela homenagem poética.



Não esqueço as Avós,  elas próprias Mães duas vezes,

 com toda a carga de amor que essa nobre condição configura.

São elas que honram o meu trabalho e me dão o grato prazer

da sua companhia virtual, sempre generosa e amiga.



Este é vosso dia!

Que o desfrutem em paz,  envolvidas pelo carinho dos vossos filhos e netos.





Eugénio de Sá


SER MÃE

Eugénio de Sá

Ser mãe é ser projecto venial
É ser matriz, ser actriz principal
No preito à vida qual Deus o previu.
Ser mãe é dar-se ao filho por inteiro
Umbilical trajecto prisioneiro
Do amor maior que a sorte já esculpiu.

Ser mãe é ser versão imaculada
D’uma mulher-amor nele consagrada
À génese maior da criação.
Ser mãe é tudo, é nada; é ser raiz
É sofrer, é tremer, é ser feliz
Amar só por amar, com coração.

Ser mãe é ser consciência verdadeira
É luta permanente a vida inteira
É árvore-guarida protectora.
Ser mãe é consagrar-se ao bem maior
É tudo dar sem espera de penhor
Que a espera assim seria redutora.


Portugal
Abril.2009

Sintra – Portugal – 5 de Maio de 2013
 

 
 

domingo, 5 de maio de 2013

UM TEMA PARA SETE POETAS - " Tenho Saudades do Poeta ", de Sá de Freitas, e os seus amigos:

Eugénio de Sá, António Barroso (Tiago), Odir Milanez, Humberto Soares Santa, J.J.Oliveira Gonçalves e Luiz G. de Barros (Luis Poeta)

Tenho Saudade do Poeta



Sá de Freitas



Tenho saudade daquele poeta

Que sorria e vivia feliz;

Que era capaz de compor

Até quatro sonetos por dia

e que agora em quatro dias,

consegue compor apenas um;

Tenho saudade daquele poeta

Que ficava horas no Computador,

Se interagindo com quase todos,

Que fazia homenagem aos amigos

E amigas e também era homenageado,

Que brincava, ria e fazia rir;

Que tocava violão

E cantava nas festas...

Mas de repente a sua inspiração diminuiu,

Ele foi se afastando e sendo esquecido

E sumiu.

Não sei se ele foi descansar

Em algum lugar,

Ou se morreu dentro de mim,

Para nunca mais voltar.





Samuel Freitas de Oliveira

Avaré – SP – Brasil


O poeta não morreu!

Eugénio de Sá

( Dedicado ao põe-irmão de coração, Samuel Sá de Freitas
e inspirado no seu texto “Tenho saudades do poeta” )

Não, o poeta não morreu, irmão
Estás apenas letárgico, dormente
Quem sabe se te inspira, docemente
De um momento pró outro, o coração…

Não morreu o poeta que há em ti
O asceta brasileiro, universal
Que deslumbrou Brasil e Portugal
Com os mais belos versos que já li

Que um poeta assim não morre mais
Aguarda os ventos como vela bamba
Que um dia voltarão, em vendavais

E então regressarás c’o a verve panda
Inda mais inspirado que jamais
Porque a poesia em ti é que mais manda!

Sintra – Portugal



A morte do poeta



António Barroso (Tiago)



A mente arquitecta uma quimera

A ilusão dá-lhe cor, dá-lhe esperança,

A fantasia logo dela se apodera,

Na noite sossegada o sonho avança.



Brotam certezas donde não se espera,

Sorrisos se unem em perene aliança

Como o raiar do sol na Primavera,

Em luz eterna que jamais se alcança.



Oh! Sonhosque já tive e feneceram,

Ilusões, fantasias que morreram,

Esperanças de que não mais disponho,



Se nesta vida amarga, tão confusa,

Procuro, mas não consigo, achar a musa,

É que já poeta não sou, perdi o sonho.



Parede – Portugal


Adormecidas Ilusões



Odir Milanez



Envolto em sombras de ilusões adormecidas,

paira o poeta além dos estros do parnaso.

Sente-se sol sem mais albor, ourando o ocaso,

como se fora fogo-fátuo de outras vidas.



Intenta estrofes de esperanças esquecidas,

memora amores morredoiros, caso a caso,

sepulta sonhos sob as cismas, ao acaso,

e perdido se põe perante a fé perdida...



Mas eis que as musas cantam castas cantilenas,

canções de amor eterno há muito tempo ouvidas,

amores divinais de muitas vidas plenas!



E o poeta, desperto, volta às suas lidas,

sem mais pensar pesares, dês que estava apenas

envolto em sombras de ilusões adormecidas!



JPessoa/PB

02.05.2013

Oklima


Nada é impossível



Humberto Soares Santa





O marco do impossível só existe

Se a força de vontade não se anima,

Se a fronte não se eleva para cima,

Se falta o querer e nem a fé resiste.



Levanta-te, ó tu, que já caíste !...

Renova o teu valor e a auto-estima.

Não te sintas vencido... reanima !...

Volta a lutar : Insiste!... vá !... Insiste !...



Tudo é possível quando se acredita !

De pé !... na posição firme e correcta,

Vence esse minotauro que em ti grita.



Lembra Teseu que o não temeu em Creta.

Reforça essa vontade que te agita :

Corre !... agarra o sonho !... sê  poeta !...



Cotovia(Sesimbra) – Portugal




Coração-Poeta...



J.J. Oliveira Gonçalves



O poeta é essa estranha criatura

Que, às vezes, tem Saudade de si mesmo!

Enquanto um verso veste de Ternura

Num outro diz-se só... e que anda a esmo!



O poeta acende o Sol na noite escura

Que é exímio em praticar Alta Magia!

Saudade de si mesmo, ai, que loucura:

Aflora à flor da pele... e à Alma arrepia!



Meu coração-poeta, às vezes, sente

Saudade do que foi... E acabrunhado

Ah, crê-se morto, enfim – abandonado!



E embora explicação – em vão – eu tente

O coração carrega – em si – o Ausente

O que Sonha em voltar... para o Passado!



Porto Alegre -  Brasil

1º de Maio - Dia do Trabalhador/2013. 17h09min

Poetas nunca morrem



Luiz Poeta



Luiz Gilberto de Barros – às 20 h e 12 min do dia 2 de maio de 2013,



para a genialidade dos poetas Sá de Freitas, Eugénio de Sá,

António Barroso  (Tiago), Odir Milanez, Humberto S. Santa e  J.J. Oliveira Gonçalves



Poetas morrem, quando quem os admira

Mistura a lira do seu canto mais feliz

Com a própria vida que eles têm, pois quem a tira,

Atira pedra em tudo aquilo que ele diz.



Poetas morrem, quando morre o sentimento

De quem os deixa, por achá-los muito humanos,

Mas se é insano não viver cada momento,

Nenhum poeta sobrevive sem ter planos.



Que não se veja nesses seres  - que são vivos -

Um lado apenas, onde os dons mais expressivos

Brotam da vida mais humana que os socorre,



Pois se viver requer bem mais que pulsação,

É na leveza especial de um coração

Que se percebe que um poeta... nunca morre.



Rio de Janeiro - Br


Edição:

04.Maio.2013