quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

" Especial Natal " FELIZ NATAL POETA, MEU IRMÃO - Eugénio de Sá e alguns dos seu Pares e Amigos interpretam poéticamente uma mesma temática; Luiz Poeta, J.J.Oliveira Gonçalves,Odir Milanez,Glória Marreiros, António Barroso (Tiago),Carolina Ramos e Humberto Poeta



“Tirai-me tudo, mas deixai-me o Êxtase”

                                                           Emily Dickinson
                                                          



 É esse êxtase que adivinhamos nos olhos de Maria na "adoração ao Seu filho, Jesus", que a mestria de Rembrandt tão bem reproduziu.

 É esse êxtase que procuramos na poesia que criamos, onde o que é estéril queremos tornar fértil, onde os vazios queremos preencher com a verdade, onde as acusações queremos que se extingam na esperança da redenção das consciências, onde o nosso coração queremos franquear num manifesto de amor pelo próximo.

 É esse êxtase que constitui a essência do Ser poeta, assim somos nós, meus irmãos; procurando sempre, na exiguidade física dos nossos braços abertos ao mundo, abarcar a vastidão dos horizontes onde se esparsa o sonho, quiçá na expectativa do conhecimento da fonte da admirável utopia que o configura.

E. Sá 






Feliz Natal
Poeta, meu irmão

Eugénio de Sá


Sei que tu és, amigo, companheiro;
Um projecto de Deus feito de amor
Como um poema raro, alvissareiro,
Que a cada verso é mais amansador.

Porque és de Cristo a doce emanação
E d’Ele recolheste o que é penhor;
A humanidade, a terna mansidão
Com que almejas um mundo bem melhor.

Neste soneto aqui te trago, irmão
Com a fraternidade que te dou a mão
A evocação de um Cristo redentor.

E nela a minha fé que este Natal
O lembres como um Ser a ti igual;
Um justo paladino, um... sonhador.

Eugénio de Sá

dedica aos seus Pares e Amigos

Sintra - Portugal



Amigos de verdade

Luiz Poeta

Luiz Gilberto de Barros – às 7 h e 40 minutos do dia 28 de abril de 2013 do Rio de Janeiro – Brasil


Amigos não se perdem, só se ausentam
E testam, sem nenhuma precaução,
As nossas solidões que se alimentam
Do que a lembrança traz... por distração.

Não partem os amigos de verdade...
Nosso abandono, sim, quer companhia
E quando a solidão sente saudade
Invade o coração, por rebeldia.

Amigos de verdade compreendem
Ausências... e a distância eventual
Desperta emoções que surpreendem
A essência do amor mais fraternal.

A amigo verdadeiro não nos cobra
Presenças nem nos torna exclusivos
Pois quando Deus constrói a sua obra
Modela o seu amor nos seres vivos.

E o modo mais sensato de lembrá-los ,
É tê-los no peito, no pensamento,
É muito mais que vê-los, é amá-los
Na dimensão maior de um sentimento.

Saudades nunca são meras lembranças,
Senti-las de verdade é resgatar
O dom de amar, tão próprio das crianças
Que brincam de viver e de sonhar.

E quando, a mais sublime emoção
Faz da saudade o verdadeiro abrigo,
Quem nos visita torna-se o irmão
Que um dia transformou-se em nosso amigo.

Rio de Janeiro / Brasil




Ao Pé da Letra...

J.J. Oliveira Gonçalves

Amigo - ao pé da letra - de verdade
É raro neste mundo de Ambição!
Eis que virou o Amor banalidade
Já uma mão não lava a outra mão!

Nuança desse Amor é a Amizade
Que nasce sem nos dar explicação!
Sinônimo de Fé e de Lealdade
Tem, sim, irmão do outro, o coração!

Amigo é para sempre! E qualquer hora
É hora de a Amizade celebrar
Em franciscano abraço de Igualdade!

Ah, amigo se conhece pelo olhar...
E dói quando um deles vai embora
Na Alma: Doces Rastros de Saudade!


Porto Alegre, 17 de Dezembro/2013. 15h40min - Brasil



Feliz Natal


Odir Milanez


Neste Natal, amigo, o que eu queria
era cobrir de azul todas as flores,
ver o choro chorando de alegria,
calar a dor que dói em nossas dores!

Da fome ver o fim! Que bom seria
sustasse o céu das secas os horrores.
Em um Natal assim eu me faria
feliz, festasse o chão verdosas cores!

Mas minh’alma me aduz a ser abraços,
a superar meus sensos de perdão,
de amizade acenando novos laços.

Com o princípio da vida em comunhão,
em um soneto estendo-te os meus braços:
Feliz  Natal, poeta meu irmão!


JPessoa/PB- Brasil

22.12.2013

oklima

 


Era Natal


Glória Marreiros


As luzes brilhavam das grandes janelas,
Mostrando, nas mesas, os ricos manjares.
As frutas e os doces lembravam pomares
Pintados com arte, exibidos nas telas.

Dançavam nas montras céus densos de estrelas,
Encantos do tempo voando nos ares.
Presépios sorriam em grandes altares
E a cera pingava dos cotos das velas.

Bem junto das luzes estava a mulher
Que dera o seu corpo, vendera prazer,
Agora embrulhada em papel de jornal.

Olhava as janelas, do fundo da rua,
Pedia uma côdea, untada de lua,
P’ra dar ao seu filho, porque era Natal.


Portimão - Portugal




Aos meus amigos, Feliz Natal


António Barroso (Tiago)


Há festa de Natal, amor profundo
Pelo Menino que inda irá nascer
Sabendo que, depois, irá morrer
Para haver salvação em todo o mundo.

Desde o familiar ao vagabundo,
Quem é honesto, com todo o prazer,
Abraça o seu irmão, p’ra lhe dizer
Que tudo o que quiser seja fecundo.

Dia de convidar: - Anda comigo,
Come deste meu pão, sê meu amigo,
Recebe o meu abraço fraternal.

A minha oração mando para os céus
P´ra que chegue depressa, e peça a Deus,
Que dê, aos meus amigos, Feliz Natal.


Parede - Portugal (19/12/2013)


A ti, caro Irmão Poeta,
desejo, com emoção,
que o Natal te enfeite a meta
com Amor e Inspiração!

Carolina Ramos
Brasil


POETAS FRATERNOS

Humberto Rodrigues Neto

Poetas devem sempre, de mãos dadas,
compartilhar dos mesmos sentimentos,
pois fê-los Deus de almas costumadas
a dividir os bons e os maus momentos.

Não custa nada, em frases delicadas,
orientar os primeiros rudimentos
de poesias ainda mal formadas
a alguém que já demonstre alguns talentos.

Com tais conselhos e em falas discretas,
mercê do nosso empenho e esforço insanos,
podem tornar-se da poesia estetas!

Ajudemo-los, pois, e assim ufanos,
abreviaremos do Senhor os planos
de encher o mundo todo de poetas!

S. Paulo/ Brasil – Dezembro 2013


 

Sintra - Portugal - Dezembro 2013



domingo, 22 de dezembro de 2013

UM NATAL INJUSTO, um poema de Eugénio de Sá

Um Natal injusto

Eugénio de Sá

De um serão já perdido num tempo
de antigas memórias
ficou-me uma gravada “a fogo lento”
vivida de verdades,
não de estórias.

De palavras choradas,
dá-me testemunho.
De injustiças passadas
e amarguras gritadas, em silêncio,
zurze como um punho!

Foi noite de Natal
numa pequena aldeia.
Um velho, na janela,
esculpia a tristeza emoldurada
num caixilho de ansiedade.

A mesa, atrás de si,
lotara-se de ausências.
Era uma esperança sem tempo
num parapeito feito de ansiedades.

Então, nessa noite sem fim,
a vida deu lugar à morte,
solitária, infundada, mas definitiva!
E a janela triste encheu-se...de esquecimento.

Sintra - Portugal - Dezembro 2013

Veja também em vídeo na bela formatação do amigo Dorival Campanelle




 

domingo, 8 de dezembro de 2013

Amanhã, dia 10 de Dezembro, comemora-se o **Dia Universal dos Direitos Humanos** ..... Um edição de Eugénio de Sá




Amanhã, dia 10 de Dezembro,
comemora-se o Dia Universal dos Direitos Humanos.

Proponho-vos que este seja um dia de reflexão pelo sofrimento de tantos seres humanos que ainda não conhecem o justo benefício do pleno usufruto dos seus direitos, consagrados há sessenta e oito anos na Carta da Nações Unidas.



Declaração Universal dos Direitos Humanos


Carta das Nações Unidas
Assinada em São Francisco a 26 de Junho de 1945.
Entrada em vigor na ordem internacional:
24 de Outubro de 1945.
São Estados partes: todos os estados membros das Nações Unidas.

 Nós, os povos das Nações Unidas, decidimos:
- a preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra que por duas vezes, no espaço de uma vida humana, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade;
- a reafirmar a nossa fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres (*), assim como das nações, grandes e pequenas;
- a estabelecer as condições necessárias à manutenção da justiça e do respeito das obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito internacional;
- a promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de um conceito mais amplo de liberdade;
e para tais fins:
- a praticar a tolerância e a viver em paz, uns com os outros, como bons vizinhos;
- a unir as nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais;
- a garantir, pela aceitação de princípios e a instituição de métodos, que a força armada não será usada, a não ser no interesse comum;
- a empregar mecanismos internacionais para promover o progresso económico e social de todos os povos;
Resolvemos conjugar os nossos esforços para a consecução desses objectivos.
Em vista disso, os nossos respectivos governos, por intermédio dos seus representantes reunidos na cidade de São Francisco, depois de exibirem os seus plenos poderes, que foram achados em boa e devida forma, adoptaram a presente Carta das Nações Unidas e estabelecem, por meio dela, uma organização internacional que será conhecida pelo nome de Nações Unidas.



(*) Veja aqui os trinta artigos que integram a
“Declaração Universal dos Direitos Humanos” :


E atente no que se mostra neste vídeo: 
 
Alguns dos mais notáveis paladinos que se tem batido pela defesa dos Direitos Humanos
 



Para além do todo essencial, defendê-los intransigentemente é, antes de tudo, uma questão de razão ética e de bom senso colectivos.

Eugénio de Sá
Aprendi que um homem só tem o direito de olhar outro
de cima para baixo, quando o está ajudando a se levantar.


Gabriel Garcia Márquez




Edição de:

Sintra - Portugal - Dezembro de 2013