quinta-feira, 5 de setembro de 2013

MEA CULPA - Eugénio de Sá

Mea culpa

Eugénio de Sá

Ah, se esta contrição tornasse leve
As culpas de te haver ignorado
Mas sabes tu, mulher, é este o fado
De quem ignora o bem, e a quem o deve

Chamas-te parva porque idealizaste
O que se pode querer de quem se ama;
O fulgor do desejo, aquela chama
Que em devaneios tu idealizaste

Mas nada foi secreto e eu senti
Que perdera, imbecil, todos os créditos
Ao ler no teu olhar tudo o que li

E se hoje já não ouves os meus éditos
Não posso censurar-te, pois eu vi
A desistência nos teus ombros trépidos

Sintra - Portugal - Setembro 2013

Também pode ver em vídeo na linda arte e formatação do amigo Dorival Campanelle


Nenhum comentário: